Passou-se das 23h, e eu
chegando da universidade... Nessas horas os corredores do meu prédio ficam tão
vazios. Estava me rastejando por eles até chegar à porta do elevador. Nem
estava me importando em correr, mesmo querendo chegar logo em casa (Meus dias são
tão cansativos que quase me falta energia para voltar para casa). Quando
cheguei perto do elevador, fiquei surpresa ao ver que tinha alguém segurando a
porta do elevador para mim (existem almas caridosas no meu prédio). A surpresa
se deu pelo fato da menina estar voltando da escola àquela hora, e aparentar
ser bem novinha. Nunca encontro pessoas mais novas do que eu depois das 23h no
elevador. Estranho! Assim que entramos, ela se encostou (se jogou) sobre a “parede”
do elevador e deu um grito. Um grito de alívio. Quase gritei junto com ela. A
menina estava tão exausta que nem se importou com a minha presença, liberou
toda a tensão que estava sentindo ali mesmo. Pela mochila que ela carregava nas
costas, eu imaginei que era mais do que necessário ela liberar toda aquela
agonia. Eu estava tão imersa na minha inveja por não ter coragem de liberar a
minha tensão também, mal pude a ouvir desabafando antes dela sair do elevador.
Consegui ouvir apenas “é! a vida é dura!” e pronunciei poucas palavras para
concordar com o que ela dizia, mas não sei se ela conseguiu ouvir. Estivemos
por uns 5 segundos dentro de um elevador trocando energias que não existiam, e
compartilhando o sofrimento de um dia corrido e cansativo. E pensar que ela só
está começando a luta do dia-a-dia... E eu também. Enfim, cheguei em casa! Boa
Noite!
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